Sem-terra no mar
Written in Portuguese by Geovani Martins
Rayanne é menina do Rio. Nasceu na maternidade do hospital Albert Schweitzer em Realengo. Há um ano vive em Seropédica com a mãe na ocupação do MST. Tem quatro anos e é uma criança que adora correr e cantar. Nunca viu o pai e não é de pensar nisso. Quando falam de pai ela pensa só um pouquinho em por que é que nunca se viram. Carla, sua mãe, não gosta de contar histórias sobre o pai. Ninguém sabe o nome do pai de nenhuma das duas. Só se sabe que ela, Carla, chegou toda quebrada no acampamento com a criança no colo. Tinha 15 anos. Uma vez uma amiga disse que lá conseguiam casa, coisa do governo. Chegou e foi ficando com a filha, agora ajuda na cozinha e em outras tarefas. Rayanne então passou a ser uma sem-terrinha.
Alheia aos problemas que o mundo inventou, Rayanne adora brincar com terra e árvore, criança e formiga. Adora ver gente grande contando história. Uma vez falavam do mar; um homem negro e velho contava casos incríveis e o pessoal concordava e aproveitava pra contar também um caso no mar. Ela ouvia atenta. Depois perguntou à mãe sobre o mar. Carla disse que é azul e que tem peixe e que tem muito mar no Brasil e que o país em que elas vivem é o Brasil e que ela é carioca porque nasceu no Rio de Janeiro e que tem muita praia no Rio de Janeiro e que elas vivem no Rio de Janeiro mas bem longe da praia. Com quatro anos recém-completados, Rayanne ainda não sabe diferenciar as cores. O mar azul é abstrato como todo o resto das coisas desconhecidas, e ainda assim ela o adora. O mar lembra o olhar apaixonado daquele homem falando. Desde aquele dia, toda vez que pensa só um pouquinho no pai, ele fica parecido com aquele homem que falava da praia. Quer ir ao mar. Pede à mãe.
‘Um dia nós vamos, minha filha,’ prometeu a mãe, que chorava ao cortar cebolas.
Em uma semana esqueceu o mar: descobria o que restava do mundo. Sua mãe agradecia por não ter mais que ficar falando de praia. Ela mesma fora poucas vezes. Teve que inventar muito pra satisfazer a curiosidade da filha. Ficava feliz se imaginando na praia, da maneira que contava e mergulhava nas ondas que vinham implacáveis. Rayanne adorava ouvir e ficava toda feliz, mas no final da história Carla sempre sentia o gosto amargo das lembranças inventadas.
Um dia foram dormir sem pensar no mar, e no outro, todo o acampamento falava de praia. Falavam de Ipanema. Praia de bacana, diziam. Falavam de alguns ônibus e gente do jornal. Iriam a Ipanema em uma excursão com três ônibus, num sábado à tarde, no auge do verão carioca. Carla ficou muito mais feliz do que andava esses últimos tempos. Nunca havia saído em excursão; além de ser menor de idade, ainda tinha que se preocupar com criança.
Mas dessa vez ela vai. Quer ver o mar, quer ver o mar e a filha, a filha e ela no mar, a filha, o sol e ela no mar. No acampamento muito se diz sobre avisar a imprensa. Se for televisionado, o passeio à praia vira evento histórico.
Chegam o dia e os ônibus. Antes de sair, café, pão com manteiga e um biscoito. Todo mundo os recebe ao entrarem nos ônibus, que vão sair às oito e meia da manhã. Euforia. Todo mundo quer ver a reação dos bacanas quando a galera chegar à praia. E, claro, todo mundo quer ver a praia mais uma vez. Ser dono da areia da praia mais uma vez. Saem os ônibus. Tem gente filmando, gente de uma faculdade que quer fazer um filme sobre o passeio à praia. Rayanne dorme e acorda e chora algumas vezes no caminho. Olha pela janela com a mãe. Já viu passarinho e uma porção de árvores na avenida Brasil, além de gente vendendo fruta na rua e um monte de motel, que a mãe explica que é casa de namorado, dando uma risadinha.
Chegaram a Ipanema às onze e meia da manhã e a praia estava lotada. Tinha gringo, patricinha, favelado, playboy, maromba, ambulante, suburbano e mais um monte de gente, carioca ou não. O pessoal foi descendo dos ônibus, todo mundo se assustou com a chegada daquelas pessoas que não tinham cara nem de chinês nem de alemão. Carla indicou para Rayanne: aquilo é o mar e aqui é a praia. As pessoas começaram a falar; falavam em arrastão. O clima ficou tenso. Todo mundo olhando com desconfiança. Rayanne não gostava de ver gente grande falando daquele jeito. Começaram a gritar, os companheiros de sua mãe começaram a gritar de volta. Logo veio a polícia. Rayanne pediu que a mãe a levasse até a água, a mãe não respondeu porque olhava a confusão causada pelo passeio à praia. Um dos policiais chegou perguntando quem era o responsável. O grupo perguntava qual era o problema de estarem na praia. O policial dizia que grupo grande assusta o cidadão. Um pitboy com seu pitbull saiu reclamando que não se pode mais ficar em paz na praia. Os gringos fotografavam enquanto se afastavam na areia. Tinha um pessoal – universitários – que gritava a favor do grupo e discutia com os outros, mas também foram embora dizendo que precisavam terminar um trabalho de sociologia.
Todo mundo começou a sair, mas deixavam a cadeira para o cara da barraca pegar. Ele começou a recolher, bolado por aqueles sem-teto resolverem aparecer na praia logo num sábado, dia de baile e dia de ganhar dinheiro. O Posto Nove ia ficando sob a posse do grupo de amigos de Carla e Rayanne. Começaram a sentar na areia, chegou o reforço da polícia. Ficaram em volta do grupo fazendo a segurança da gente de bem. Algumas pessoas permaneceram, umas com cara de bunda e outras não.
Carla finalmente vai levar Rayanne à água.
‘Vem, filha,’ disse ela.
A menina agarrou a mãe pela mão e foi correndo pela areia até chegar à água. O sol era forte e o mar estava geladinho.
Rayanne tomou um susto de início, mas logo passou a gostar. A mãe a levantou pelos braços e depois a ajudou a mergulhar: no fim do mergulho sentiu o gosto de sal que vinha com a água e, iluminada por um sol que é de todos, balançou os cabelos crespos que estavam molhados com água do mar. No rosto tinha um sorriso de criança feliz.
Published July 22, 2024
© Geovani Martins
Landless in the Sea
Written in Portuguese by Geovani Martins
Translated into English by Victor Meadowcroft
Rayanne is a Rio girl. She was born in the maternity ward of the Albert Schweitzer Hospital in Realengo. For a year, she has been living in Seropédica with her mum in a property occupied by the Landless Workers’ Movement. She’s four years old, and a child who loves to run and sing. She has never seen her dad and is not one to dwell on that. Whenever the word dad comes up, she thinks just a little about why they’ve never seen each other. Carla, her mum, doesn’t like to talk about her dad. No one knows what either of their dads are called. They only know that she, Carla, arrived at the camp all beaten up with the child in her arms. She was 15 years old. A friend once told her they’d be able to find a home there, some government scheme. She’d arrived and stayed on with her daughter; now she helps out in the kitchen and with other chores. Rayanne became a little Landless-girl, a sem-terrinha.
Oblivious to the problems the world has invented, Rayanne loves to play with dirt and trees, children, and ants. She loves watching grownups tell stories. Once, they were talking about the beach and the sea; an elderly black man was telling incredible tales, and everyone else was nodding along and taking the opportunity to tell their own tale of the sea. She listened attentively. Then she asked her mum about the sea. Carla told her that it was blue and full of fishes and that Brazil had lots of sea and that the country they lived in was called Brazil and that she was a Carioca because she had been born in Rio de Janeiro and that Rio de Janeiro had lots of beaches and that they lived in Rio de Janeiro but far from the sea. Having just turned four years old, Rayanne still doesn’t know how to tell the colours apart. The blue sea is as abstract as the rest of the unknown things, but she loves it all the same. The sea recalls the fervent gaze of that storytelling man. Since that day, every time she thinks just a little of her dad, he ends up looking like that man who talked about the beach. She wants to visit the sea. She asks her mum.
‘One day we’ll go, my little one,’ her mum promised, crying as she chopped the onions.
Within a week she had forgotten about the sea: she was discovering the rest of the world. Her mum was grateful not to have to keep talking about the beach. She herself had rarely been. She found herself having to make lots up to satisfy her daughter’s curiosity. She would become happy on imagining herself at the beach, in the way she described it, diving into waves that came on unrelentingly. Rayanne loved to listen and would become perfectly happy, but at the end of the story Carla was always left with the bitter taste of those invented memories.
One day they went to sleep not thinking about the sea, and the next, the whole camp was talking about the beach. They spoke of Ipanema. ‘A beach for rich people’, they said. They spoke of several buses and people from the newspaper. They would be going to Ipanema on an excursion with three buses, on a Saturday afternoon, at the height of the Carioca summer. Carla became far happier than she had been of late. She’d never gone on an excursion; aside from being underage, she’d also had a child to take care of.
But this time she is going. She wants to see the sea, wants to see the sea and her daughter, her daughter and herself by the sea, her daughter, the sun, and herself by the sea. At the camp there’s much talk of alerting the press. If televised, the beach trip will become a historic event.
The big day arrives and so do the buses. Before they set off, coffee, bread and butter and a biscuit. Everyone greets them as they board the buses, which will be leaving at eight-thirty in the morning. Euphoria. Everyone wants to witness the reaction of the rich people when the group arrives at the beach. And, of course, everyone wants to see the beach one more time. Call the beach’s sands their own one more time. The buses pull out. There are people filming, people from a college who want to make a film about the beach trip. Rayanne sleeps and wakes and cries a few times on the journey. She looks out of the window with her mum. She has already seen little birds and a huge number of trees on Avenida Brasil, as well as people selling fruit in the street and a load of hourly motels, ‘boyfriend houses’, her mother explains with a chuckle.
They arrived at Ipanema at eleven-thirty in the morning and the beach was packed. There were gringos, preppy girls, favelados, playboys, bodybuilders, beach vendors, people from the peripheries and a whole load of other beachgoers, both Carioca and not. The party began to climb down from the buses. Everyone was alarmed by the arrival of those people who looked neither Chinese nor German. Carla pointed for Rayanne: ‘that’s the sea and this is the beach’. People began talking; they spoke of a flash robbery. The atmosphere became tense. Everyone watching on distrustfully. Rayanne didn’t like seeing grownups talk that way. They started yelling; her mother’s companions started yelling back. Soon the police arrived. Rayanne asked her mother to take her over to the water; her mother didn’t answer because she was busy watching the confusion caused by the beach trip. One of the police officers came and asked who was in charge. The group wanted to know what the problem was with their being on the beach. The officer said that large groups frightened the citizens. A pitboy with his pit bull began complaining about how you couldn’t just relax on the beach anymore. The gringos took photos as they retreated along the sand. There was a small crowd – university students – who shouted in support of the group and argued with the others, but they left too, explaining they had a sociology paper to finish.
Everyone started to get up and go, leaving the deckchairs for the guy from the beach hut to put away. He began collecting them up, incensed that those vagrants had decided to show up at the beach on a Saturday, the day for partying and making money. Posto 9 was being left in the possession of Carla and Rayanne’s group of friends. As they began to sit down in the sand, police reinforcements arrived. They formed a ring around the group to protect the honest folk. A few people stuck around, some with sour faces, others not.
Carla is finally going to take Rayanne over to the water.
‘Come, daughter,’ she says.
The little girl grasped her mum’s hand and ran along the sand until they reached the water. The sun was strong and the sea icy-cold.
Rayanne was scared at first, but soon began to enjoy it. Her mum lifted her up by the arms and then helped her plunge in: after the plunge, Rayanne tasted the saltiness that came with the water and, illuminated by a sun that belongs to everyone, shook her curly hair, wet with seawater. On her face was the smile of a happy child.
Published July 22, 2024
© Geovani Martins
Senza-terra nel mare
Written in Portuguese by Geovani Martins
Translated into Italian by Eleonora Cecchini
Rayanne è una bambina di Rio. È nata nel reparto maternità dell’ospedale Albert Schweitzer a Realengo. Da un anno vive a Seropédica con la madre nell’insediamento del Movimento dei Senza Terra. Ha quattro anni ed è una bambina che adora correre e cantare. Non ha mai visto il padre e non ci pensa. Quando parlano di padri lei pensa solo un pochettino al perché non si siano mai visti. A Carla, sua madre, non piace raccontare storie sul padre. Nessuno sa il nome del padre di nessuna delle due. Si sa solo che lei, Carla, è arrivata all’accampamento malconcia e con la bimba in braccio. Aveva 15 anni. Una volta un’amica aveva detto che là avrebbero ottenuto una casa, cose del governo. Arrivò e rimase con la figlia, adesso aiuta in cucina e con altri lavori. Così Rayanne è diventata una piccola senza-terra.
Estranea ai problemi che il mondo ha inventato, Rayanne adora giocare con la terra e gli alberi, con bambini e formiche. Adora guardare i grandi raccontare storie. Una volta stavano parlando del mare; un vecchio nero raccontava storie incredibili e la gente annuiva e ne approfittavano per raccontare anche loro una storia sul mare. Lei ascoltava attenta. Dopo chiese alla madre del mare. Carla disse che era azzurro e che ci sono i pesci e che c’è tanto mare in Brasile e che il paese dove loro vivono è il Brasile e che lei è carioca perché è nata a Rio de Janeiro e che ci sono tante spiagge a Rio de Janeiro e che loro vivono a Rio de Janeiro ma molto lontane dalla spiaggia. A quattro anni appena compiuti, Rayanne non sa ancora riconoscere i colori. Il mare azzurro è astratto come tutto il resto delle cose sconosciute, ma lei lo adora lo stesso. Il mare ricorda lo sguardo appassionato di quell’uomo mentre parlava. Da quel giorno, ogni volta che pensa un pochettino al padre, lui assomiglia a quell’uomo che parlava della spiaggia. Vuole andare al mare. Lo chiede alla madre.
‘Un giorno ci andiamo, piccola,’ ha promesso la madre, che piangeva tagliando cipolle.
In una settimana si dimenticò del mare: scopriva quello che restava del mondo. Sua madre ringraziava per non dover più parlare della spiaggia. Anche lei c’era stata poche volte. Aveva dovuto inventare molte cose per soddisfare la curiosità della figlia. Era felice immaginandosi sulla spiaggia, di come lo raccontava e di come si tuffava tra le onde che arrivavano implacabili. Rayanne adorava ascoltarla e si rallegrava tutta, ma alla fine della storia Carla sentiva sempre il gusto amaro dei ricordi inventati.
Un giorno andarono a dormire senza pensare al mare e quello dopo tutto l’accampamento parlava della spiaggia. Parlavano di Ipanema. Una spiaggia da ricchi, dicevano. Parlavano di alcuni autobus e di gente del giornale. Sarebbero andati a Ipanema in gita con tre autobus, un sabato pomeriggio, nel pieno dell’estate carioca. Carla si sentì più felice di quanto non lo fosse stata negli ultimi tempi. Non era mai andata in gita; oltre ad essere minorenne, doveva anche pensare a una bambina.
Ma questa volta ci andrà. Vuole vedere il mare, vuole vedere il mare e sua figlia, lei e sua figlia nel mare, sua figlia, il sole e lei nel mare. Nell’accampamento si parla tanto di informare la stampa. Se fosse andato in televisione il giro in spiaggia sarebbe diventato un evento storico.
Arrivano il giorno e gli autobus. Prima di uscire, caffè, pane col burro e un biscotto. Tutti li salutano quando salgono sugli autobus, che partiranno alle otto e mezza del mattino. Euforia. Tutti vogliono vedere la reazione dei ricconi quando la comitiva arriverà alla spiaggia. E, ovviamente, tutti vogliono vedere la spiaggia di nuovo. Essere padroni della sabbia della spiaggia di nuovo. Gli autobus partono. C’è gente che riprende, gente dell’università che vuole fare un film sulla gita alla spiaggia. Rayanne dorme e si sveglia e piange alcune volte durante il tragitto. Guarda dal finestrino con la madre. Ha già visto un uccellino e alcuni alberi nell’avenida Brasil, oltre a gente che vende frutta in strada e un sacco di motel, che la madre, ridacchiando, spiega essere delle case per fidanzati.
Arrivarono a Ipanema alle undici e mezzo del mattino e la spiaggia era affollata. C’erano stranieri, figlie di papà, gente delle favela, playboy, palestrati, ambulanti, gente della periferia e un sacco di altre persone, carioca e non. Il gruppo iniziò a scendere dagli autobus, tutti si spaventarono con l’arrivo di quelle persone che non avevano facce né da cinesi né da tedeschi. Carla disse a Rayanne, indicando: quello è il mare e questa è la spiaggia. Le persone iniziarono a parlare; parlavano in modo aggressivo. Il clima si fece teso. Tutti si guardavano con diffidenza. A Rayanne non piaceva vedere i grandi parlare in quel modo. Iniziarono a gridare, gli amici di sua madre iniziarono a gridare in risposta. Poi arrivò la polizia. Rayanne chiese a sua madre di portarla fino all’acqua, la madre non rispose perché osservava la confusione causata dalla gita in spiaggia. Uno dei poliziotti venne a chiedere chi fosse il responsabile. Il gruppo chiedeva quale fosse il problema di stare in spiaggia. Il poliziotto disse che un gruppo numeroso spaventava i cittadini. Un bulletto con il suo pitbull se ne uscì reclamando che non si riusciva più a stare in pace in spiaggia. Gli stranieri facevano foto mentre si allontanavano sulla sabbia. C’era della gente – universitari – che urlava a favore del gruppo e discuteva con gli altri, ma anche loro se ne andarono dicendo che dovevano finire un progetto di sociologia.
Iniziarono tutti ad andarsene, ma abbandonavano le sdraio solo perché il tipo del chiosco le ritirasse. Quello iniziò a mettere a posto, scocciato con quei senzatetto che avevano pensato di presentarsi in spiaggia proprio di sabato, un giorno di festa e in cui si guadagna bene. Il Posto Nove stava diventando di proprietà del gruppo di amici di Carla e Rayanne. Iniziarono a sedersi sulla sabbia, arrivarono dei rinforzi di polizia. Rimasero intorno al gruppo garantendo la sicurezza della gente per bene. Alcune persone rimasero, alcune con l’aria incazzata, altre no.
Carla finalmente può portare Rayanne verso l’acqua.
‘Vieni, piccola,’ le disse.
La bambina afferrò la madre per la mano e corse sulla sabbia fino ad arrivare all’acqua. Il sole era forte e il mare era freddo.
Rayanne all’inizio ebbe paura, ma poi iniziò a piacerle. La madre la sollevò per le braccia e poi la aiutò a tuffarsi: dopo l’immersione sentì il gusto del sale che veniva con l’acqua e, illuminata da un sole che è di tutti, scosse i capelli crespi, bagnati dell’acqua del mare. Sul viso aveva il sorriso di una bambina felice.
Published July 22, 2024
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